Postado por Marina Yamaoka
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Greenpeace protesta na frente da sede do BNDES com um pedido pelo fim do financiamento à Angra3. (©Greeenpeace/Ivo Gonçalves) |
Parte da estrutura das paredes e do telhado da sala da turbina da usina
nuclear de Chernobyl caíram essa semana devido a uma nevasca. Segundo o
presidente do subcomitê sobre os efeitos do desastre de Chernobyl do
Parlamento ucraniano, Valery Kalchenko, não houve nenhuma consequência
séria uma vez que a turbina está fora de operação.
Já Vladimir Chuprov, da campanha de energia nuclear do Greenpeace
Russia, discordou defendendo que mesmo se os níveis de radiação não se
alteraram, o acontecimento é preocupante. “Se as estruturas começam a
entrar em colapso, não há nenhuma garantia de que o telhado construído
em 1986 – mesmo ano do trágico acidente – estará seguro”, afirmou
Chuprov.
O maior problema da usina é a “poeira” radioativa que é armazenada. A
destinação dos resíduos nucleares cancerígenos ainda é um grande
obstáculo para o setor nuclear, é o que afirma matéria publicada no jornal O Globo
essa semana. Também indica que passados quase dois anos após o acidente
de Fukushima e ainda com as ameaças de Chernobyl quase três décadas
depois da tragédia, o Brasil volta a discutir a instalação de novas
usinas nucleares.
O argumento do governo é o de que o potencial das usinas hidrelétricas
brasileiras se esgotará até 2030, sendo necessário investir em novas
térmicas nucleares. No entanto, o país ainda terá que buscar soluções
para as questões dos rejeitos radioativos, a opinião pública contrária a
esse tipo de energia, a segurança e o fato de que ela leva dez anos
para ficar pronta, o mesmo tempo que o Brasil levaria para alcançar os
16 mil MWh de capacidade instalada de energia eólica, mais do que a
Usina de Itaipu.
Segundo Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha de Clima e Energia do
Greenpeace, “o Brasil deve suprir a necessidade futura de energia com
uma mistura das fontes disponíveis, exceto nucleares, carvão, diesel e
óleo combustível.” Um país que tem plena capacidade de se desenvolver
com energia limpa e renovável, não precisa correr o risco de sediar
outra tragédia como a de Fukushima.
Originalmente publicado no site do Greenpeace, 14/02/2013.
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