Bico-de-pimenta, ave do cerrado brasileiro |
Segundo dados de um relatório do Congresso dos
Estados Unidos de 2008, todos os anos, o tráfico de animais ao redor do mundo
movimenta entre 5 e 20 bilhões de dólares, fazendo com que essa seja a terceira
atividade ilegal mais lucrativa, somente atrás do tráfico de drogas e de armas.
A RENCTAS - Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres estima
que o Brasil responde por 5% a 15% desse total.
Quando um animal é retirado de seu ambiente natural,
capturado por uma armadilha, agarrado pelas mãos de um ser humano, colocado em
uma gaiola, caixa ou tubo, muitas vezes num espaço que não permite o mínimo de
movimento, ele passa por um estresse enorme e por uma grande carga de medo.
Isso tudo sem contar os outros maus tratos recorrentes, com requintes de
crueldade, como cortes de asas, etc. Os animais são seres sencientes, sentem
dor e medo. De cada dez espécies comercializadas vivas, nove morrem. 80% das
aves, por exemplo, morrem ainda durante o transporte e 50% dos peixes, durante
a captura.
A legislação brasileira que trata desse crime prevê
penas de seis meses a um ano ao traficante. Aos infratores que recebem a pena
mínima, uma brecha na lei federal permite que os mesmos as cumpram em
liberdade. Além disso, os traficantes efetuam uma série de apelações e,
dessa forma, poucos deles são presos efetivamente.
A sensação de impunidade torna-se maior ainda quando
as multas aplicadas pelo IBAMA não são pagas. Dados advindos de arquivos do
governo, obtidos pela recente Lei de Acesso à Informação, mostram que entre
2005 e 2010, o IBAMA recebeu o equivalente a menos de 2% de um total de R$ 630
milhões em multas emitidas para crimes contra a fauna.
A impunidade acaba por tornar esse crime atraente aos
traficantes, mas devemos lembrar que a mola propulsora desta atividade ilegal
são os consumidores. Pessoas que compram os animais silvestres para satisfazer
um prazer individual e egoísta. Prazer em ter uma ave cantando na gaiola;
prazer em possuir um animal "diferente" e ser exibir com ele; prazer
em observar um peixe ornamental, com as suas belas cores, passeando dentro de
um aquário. Quando será que os humanos perceberão que os outros animais possuem
os mesmos direitos de liberdade e qualidade de vida que os nossos? Quando
perderá a conveniente ignorância sobre os sentimentos da fauna? E, finalmente,
quando se conscientizará que, maltratando e matando as outras formas de vida
deste planeta, está também matando a sua própria espécie?
Pense nisso e faça a sua parte: não compre animais
silvestres, recuse-os se por acaso alguém lhes oferecer de presente, denuncie
comerciantes ilegais e traficantes, torne-se vegano e ajude a tornar esse mundo
mais justo e bonito!
Para saber mais:
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